Andrada - Vila

Fotos neste site sujeitas a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 Portugal License.
Joaquim Carlos Paiva de Andrada
(fotografia de 1888) Foi o primeiro administrador da Diamang, já septagenário, e criador da PEMA que a antecedeu, juntamente com o Eng.º belga Jean Jadot, um homem poderosíssimo e da confiança pessoal do rei belga. Paiva de Andrada começou a sua carreira de mineiro como capitão, em Moçambique, 35 anos antes da constituição da PEMA. Foi quem fundou a cidade da Beira. Em 1878 foram-lhe concedidos os direitos de exploração das minas de ouro da Zambézia, pertencentes ao Estado mas ainda não exploradas, o exclusivo da exploração, por 20 anos, das minas de carvão, ferro, cobre e outros metais bem como o direito de exploração das florestas e uma área de 100.000 hectares de terras incultas situadas na Zambézia. Tinha uma empresa própria, a "Andrada Mines Ltd". Nunca chegou a explorar nada em Moçambique. As minas de ouro ficavam em território do mapa cor de rosa, de facto na Rodésia do norte, hoje Zimbabwe, e em 1890 ocorreu um "incidente" que os portugueses apagaram da História, por vergonha: Andrada, que se deslocara a uma zona do interior que se sabia ter ouro, com um destacamento de 70 soldados, foi atacado pela retaguarda e preso em Novembro de 1890 por um destacamento militar inglês comandado pelo capitão Forbes, e depois expulso da região. No ano seguinte Portugal firmou um acordo com os ingleses, em que desistia do mapa cor de rosa e das minas de ouro de Moçambique em prol da Rodésia, e calou a humilhação sofrida. Andrada ficou por Moçambique a vegetar, até que em 1912 constituiu mais uma empresa, a “Zambezia Mining Development Ltd", com capitais franceses e de Henry Burnay (o do Banco). A empresa não deu em nada (o ouro ficara para os ingleses), mas Burnay era de ascendência belga e conhecia Jean Jadot. Foi no mesmo ano de 1912 que foi criada a PEMA, a Companhia Mineira de Angola, com a qual Jadot pretendia estender a exploração diamantífera da Forminière (de que era Presidente) à Lunda. No Cassai, os belgas estavam em competição com os ingleses, que queriam o Katanga e tinham lançado uma tremenda campanha internacional contra as "atrocidades do rei belga" no Congo, no sentido de demonstrar que Leopoldo não estava à altura de explorar a região que devia, por isso, ser dada à Inglaterra. Os ingleses também tinham tentado tirar aos portugueses o enclave de Dilolo no Moxico (em prol da Rodésia, mais uma vez), e assim foi natural o estabelecimento de um acordo luso-belga, com uma forma de que Andrada já tinha larga experiência (sem sucesso) em Moçambique, e que tinha tido e haveria de ter muitas cópias em Angola. Mas só a Diamang teve sucesso, sem dúvida graças aos engenheiros americanos - e claro, aos enormes jazigos diamantíferos da Lunda!